O processo de implantação de indústrias no Brasil ocorreram no final do
século XIX, a partir de mudanças estruturais de caráter econômico, social e
político, especialmente nas relações de trabalho, com o aumento do emprego
remunerado que resultou em aumento do consumo de mercadorias, a abolição do trabalho
escravo e a vinda de imigrantes estrangeiros ao Brasil, principalmente italianos,
alemães e japoneses que além de compor a mão de obra contribuíram para o
povoamento do país, como ocorreu no sul do país. Um dos maiores acontecimentos
no campo político foi a Proclamação da República. Diante desses fatos
históricos, a industrialização do Brasil passou por quatro etapas:
• Primeira etapa: ocorreu entre 1500 e 1808, quando o país ainda era
colônia. A metrópole não aceitava a implantação de indústrias (salvo em casos
especiais, como os engenhos) e a produção tinha regime artesanal.
• Segunda etapa: ocorreu entre 1808 a 1930, e ficou marcada pela
chegada da família real portuguesa em 1808. Nesse período foi concedida a
permissão para a implantação de indústria no país a partir de vários
requisitos, dentre muitos, a criação, em 1828, de um tributo com taxas de 15%
para mercadorias importadas e, em 1844, a taxa tributária foi para 60%,
denominada de tarifa Alves Branco. Outro fator determinante nesse sentido foi o
declínio do café, momento em que muitos fazendeiros deixaram as atividades do
campo e, com seus recursos, entraram no setor industrial, que prometia grandes
perspectivas de prosperidade. As primeiras empresas limitavam-se à produção de
alimentos, de tecidos, além de velas e sabão. Em suma, tratava-se de produtos
sem grandes tecnologias empregadas.
• Terceira etapa: ocorreu entre 1930 e 1955, momento em que a indústria
recebeu muitos investimentos dos ex-cafeicultores e também em logística. Assim,
houve a construção de vias de circulação de mercadorias, matérias-primas e
pessoas, proveniente das evoluções nos meios de transporte que facilitaram a
distribuição de produtos para várias regiões do país (muitas ferrovias que
anteriormente transportavam café, nessa etapa passaram a servir os interesses
industriais). Foi instalada no país a Companhia Siderúrgica Nacional,
construída entre os anos de 1942 e 1947, empresa de extrema importância no
sistema produtivo industrial, uma vez que abastecia as indústrias com
matéria-prima, principalmente metais. No ano de 1953, foi instituída uma das
mais promissoras empresas estatais: a PETROBRAS.
• Quarta etapa: teve início em 1955, e segue até os dias de hoje. Essa
fase foi promovida inicialmente pelo presidente Juscelino Kubitschek, que
promoveu a abertura da economia e das fronteiras produtivas, permitindo a
entrada de recursos em forma de empréstimos e também em investimentos com a
instalação de empresas multinacionais. Com o ingresso dos militares no governo
do país, no ano de 1964, as medidas produtivas tiveram novos rumos, como a
intensificação da entrada de empresas e capitais de origem estrangeira
comprometendo o crescimento autônomo do país, que resultou no incremento da
dependência econômica, industrial e tecnológica em relação aos países de
economias consolidadas. No fim do século XX houve um razoável crescimento
econômico no país, promovendo uma melhoria na qualidade de vida da população
brasileira, além de maior acesso ao consumo. Houve também a estabilidade da
moeda, além de outros fatores que foram determinantes para o progresso
gradativo do país.
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