sábado, 15 de março de 2014

O QUILOMBO DOS PALMARES:


Quilombo tem sua origem da palavra “kilombo”, do idioma Mbundu dos bantus, povos da região onde hoje localiza-se o país de Angola e quer dizer o mesmo que acampamento ou fortaleza. Designava os lugares de difícil acesso, onde escravos insatisfeitos com sua própria condição e fugitivos das fazendas em que trabalhavam, se organizavam social, política e econômica de acordo com os traços culturais trazidos de sua terra natal. O quilombo mais famoso denominou-se Quilombo dos Palmares, localizado no município de União dos Palmares, região do Estado de Alagoas antes pertencente ao Estado de Pernambuco, no período da História do Brasil em que predominava o sistema de Capitanias Hereditárias. Palmares não era apenas um, mas doze quilombos, unidos por uma rede de trilhas na mata. No quilombo do Macaco, de 2000 habitantes, viveram o “rei” Ganga Zumba e seu sobrinho Zumbi (que quer dizer “deus da guerra”). Palmares pode ter tido 20 mil habitantes e 6000 casas. O quilombo começou a ser construído em 1602 por quarenta escravos fugidos dos engenhos em Pernambuco. Localizado na Serra da Barriga, distante cerca de noventa quilômetros a noroeste de Maceió, tinha uma área de influência de cerca de duzentos quilômetros quadrados ocupando terras de Pernambuco e Alagoas. Lá viveram negros de todas as raças, mas também índios e até brancos fora da lei. Não se sabe que língua se falava no quilombo. De 1656 a 1678, o líder do quilombo foi Ganga Zumba (grande senhor). Em novembro de 1678, Zumba foi a Recife e firmou tratado de paz com o governador Souza Castro: estariam livres os negros nascidos em Palmares, os outros habitantes do quilombo deveriam ser entregues às autoridades. Zumbi discordou, destituiu Ganga Zumba e liderou a resistência dos Palmares. Ao longo de sua luta secular, Palmares foi atacado vinte e cinco vezes. As primeiras expedições foram as dos holandeses em 1644 e 1645. Em 1692, Domingos Jorge Velho, bandeirante paulista, foi contratado para atacar o quilombo. Palmares caiu em 6 de fevereiro de 1694, mas Zumbi escapou. Foi morto por André Furtado Mendonça quase dois anos depois. Sua cabeça ficou exposta em praça pública na cidade do Recife, até se decompor por completo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário