Do descobrimento ao início efetivo da colonização do Brasil,
por volta de 1532, não houve a escravidão indígena em nosso país, pois os
portugueses conseguiam os mantimentos e o pau-brasil através do escambo. Com a
chegada da lavoura açucareira, a escravização começou e não poupou nem mesmo
antigos aliados dos lusos. A partir da metade do século XVI, porém, escravos
africanos começaram a substituir os indígenas. Supostamente a troca se deu por
causa da absoluta inadaptabilidade dos nativos ao trabalho agrícola. Mas a
verdade é que, enquanto a captura dos índios só trazia lucros para os colonos,
a escravidão negra logo se tornaria um negócio complexo e altamente rentável,
gerando fortunas e trocas entre três continentes. Além disso, não apenas a
Coroa como também os jesuítas eram radicalmente contra a escravização dos
índios – e grandes incentivadores do tráfico negreiro. Dezenas de leis foram
feitas para proteger os nativos do Brasil – os colonos, de todos o modo, logo
trataram de transforma-las em letra morta. Protegidos ou não, aos índios restou
um destino ainda mais cruel do que aquele reservado aos africanos: a maior
parte das tribos foi extinta. De qualquer forma, índios e negros raramente se
aproximaram, nunca se uniram e jamais procuraram ver o português como inimigo
comum. Odiavam-se mutuamente.
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