Foi um confronto entre os paulistas, que haviam descoberto o ouro e os
caminhos que levavam até às jazidas, e os “forasteiros” principalmente
portugueses que chegaram depois e se apoderaram, pela força das armas ou do
dinheiro, de algumas das melhores lavras. Os paulistas queriam exclusividade na
mineração. O primeiro confronto deu-se em maio de 1707, quando um paulista
matou o português dono de uma estalagem em Ponta do Morro, vilarejo próximo a
São João del Rei. O último combate ocorreu a 22 de novembro de 1709, quando,
depois de oito dias de luta, os paulistas desistiram de tentar tomar o arraial
onde os emboabas estavam entrincheirados. Depois do incidente em Ponta do
Morro, três episódios semelhantes ocorreram em menos de um semestre. Em todos
eles, um paulista matou um “emboaba” por motivo fútil. Sob a liderança de
Manuel Nunes Viana, os emboabas reagiram, incendiaram Sabará e expulsaram boa
parte dos paulistas das minas. Viana se tornou o “governador” da região, no
lugar do paulista Borba Gato. Diz a lenda que, ao chegarem em casa derrotados,
os paulistas foram forçados por suas mulheres a retornar ao campo de batalha.
Apesar de matarem 80 emboabas, durante o sítio ao Arraial Novo, não conseguiram
a vitória. A palavra emboaba vem do tupi “amô-abá” e significa “estrangeiro”. Na
prática os paulistas perderam o controle das minas, mas em 1710, São Paulo
acabou se tornando uma capitania independente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário