O Ciclo do Açúcar foi um período da história do Brasil
Colonial compreendido entre meados do século XVI e meados do século XVIII.
Neste período, a produção de açúcar, voltada para a exportação, nos engenhos do
Nordeste brasileiro foi a principal atividade econômica. As primeiras mudas de
cana-de-açúcar chegaram em território brasileiro pelas mãos de Martim Afonso de
Souza. Sua expedição tinha a função de dar início à colonização do território
brasileiro, ação desejada pela coroa portuguesa como forma de proteger o litoral
do Brasil das invasões estrangeiras. Neste contexto, Martim Afonso de Souza deu
início a produção de açúcar no Brasil em 1533, através da instalação do
primeiro engenho da colônia, na cidade de São Vicente (localizada no atual
litoral do estado de São Paulo). A cana-de-açúcar era o produto que dava lucro
à Coroa além de colaborar na concretização de colonização portuguesa no Brasil.
Com o intuito de explorar a sua colônia e obter riquezas, os portugueses
instalaram engenhos para produzirem açúcar no litoral do Brasil. A decisão teve
como base também o fato da cana de açúcar ter rápido cultivo além da
localização, na costa nordestina, especialmente em Pernambuco, o que
facilitaria o escoamento do açúcar produzido para a Europa. A mão de obra era
composta por indígenas e escravos africanos. Por mais que o lucro fosse certo,
Portugal necessitava investir alto para a instalação da empresa açucareira no
Brasil; com isso eles foram buscar ajuda na Europa, pois sabiam que não tinham
todos os recursos necessários para a implantação. Sendo assim, os portugueses
se associaram com os holandeses. Em troca os holandeses seriam os responsáveis
pela distribuição e comercialização do açúcar na Europa. Foram desmatadas
imensas áreas para o plantio da cana-de-açúcar, espaço aos engenhos, que nada
mais eram do que grandes propriedades latifundiárias para explorar a produção
de açúcar, mas onde o proprietário e sua família também se localizavam. A
prosperidade da produção açucareira no Brasil chamou a atenção dos holandeses
que, em 1630, invadiram Pernambuco, maior produtor de açúcar da época. Os
flamengos passaram então a trabalhar no local, adquirindo a experiência
necessária do cultivo da cana-de-açúcar para, após sua expulsão, poderem utilizar
este aprendizado, e foi o que aconteceu. Após a expulsão, foram para as
Antilhas, onde prosseguiram com a cultura do açúcar, passando a ser durante os
séculos XVII e XVIII, concorrentes do Brasil no abastecimento do mercado
europeu. Porém, no século XVIII, a Holanda se supera na construção de uma
indústria açucareira e no abastecimento do mercado europeu, e faz com que o
Brasil perca o monopólio do açúcar, desvirtuando o quadro político-econômico
vigente na época. O século XVIII põe fim ao ciclo da cana-de-açúcar no Brasil,
abrindo novos caminhos para uma nova etapa, um novo período, que na história
ficou conhecido como o ciclo do ouro. Como consequência da paralisia econômica
da colônia, a população passa a procurar novas saídas, novos caminhos, e ruma
em direção à região de mineração no interior do Brasil, iniciando uma nova fase
na história do Brasil.
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