Historiografia é o registro escrito da história. Podemos dizer que
é a arte de escrever e registrar os eventos do passado.
O termo historiografia também é
utilizado para definir os estudos críticos feitos sobre aquilo que foi escrito sobre
a História. Um exemplo: se um historiador faz um estudo crítico sobre o
trabalho feito por Heródoto (historiador que viveu na Grécia Antiga e escreveu
sobre o período), então ele está produzindo um trabalho de historiografia.
Principais correntes da
historiografia:
- Positivismo: atualmente pouco seguida, privilegia o estudo
cronológico dos fatos históricos, sem fazer análises críticas. O positivismo foi uma corrente filosófica
iniciada por Auguste Comte, onde as ideias de percepção humanas são baseadas na
observação, exatidão, deixando de lado teorias e especulações da Teologia e
Metafísica. Segundo Comte, as ciências que são positivistas são a Matemática,
Física, Astronomia, Química, Biologia e a recém criada Sociologia, que se
baseia em dados estatísticos. Os positivistas acreditam que a ciência é
cumulativa, transcultural (não interessa em qual cultura surgiu, serve para
toda a humanidade). Novas ideias podem surgir sem ser continuação de conceitos
velhos, como “entidades de um tipo podem ser redutíveis a entidades de outro”,
por exemplo, o que se passa na cabeça de uma pessoa pode ser explicado pelas
reações químicas no cérebro. A frase na bandeira brasileira é baseada no lema
de Comte sobre o positivismo. Ele dizia “amor como princípio e ordem como base;
progresso como objetivo”, e o criador de nossa bandeira simplificou para “Ordem
e Progresso”. Isto aconteceu no período onde a monarquia foi derrubada, e
instalada uma república pelas pessoas que seguiam os pensamentos de Auguste
- Materialismo histórico: elaborado por Karl Marx, enfatiza o
aspecto econômico da sociedade no estudo da História. É uma abordagem metodológica ao estudo da
sociedade, da economia e da história que foi pela primeira vez elaborada por
Karl Marx e Friedrich Engels, malgrado ele próprio nunca tenha empregado essa
expressão. O materialismo histórico na qualidade de sistema explanatório foi
expandido e refinada por milhares de estudos acadêmicos desde a morte de Marx.
De acordo com a tese do materialismo histórico defende-se que a evolução
histórica, desde as sociedades mais remotas até à atual, se dá pelos confrontos
entre diferentes classes sociais decorrentes da "exploração do homem pelo
homem". A teoria serve também como forma essencial para explicar as relações
entre sujeitos. Assim, como exemplos apontados por Marx, temos durante o
feudalismo os servos que teriam sido oprimidos pelos senhores, enquanto que no
capitalismo seria a classe operária pela burguesia.
- Escola dos Annales: foi um movimento historiográfico surgido na
França, durante a primeira metade do século XX. Desde o século XVIII, quando a
História passou a ser notada como ciência, os métodos de se escrever e pensar
sobre História conquistaram grande evolução. A historiografia passou por
grandes modificações metodológicas que permitiram maior conhecimento do
cotidiano do passado, através da incorporação de novos tipos de fontes de
pesquisa. Ainda assim, no início do século XX, questionava-se muito sobre uma
historiografia baseada em instituições e nas elites, a qual dava muita
relevância a fatos e datas, de uma forma positivista, sem aprofundar grandes
análises de estrutura e conjuntura. Em 1929, surgiu na França uma revista
intitulada Annales d’Histoire Économique et Sociale, fundada por Lucien Febvre
e Marc Bloch. Ao longo da década de 1930, a revista se tornaria símbolo de uma
nova corrente historiográfica identificada como Escola dos Annales. A proposta
inicial do periódico era se livrar de uma visão positivista da escrita da
História que havia dominado o final do século XIX e início do XX. Sob esta
visão, a História era relatada como uma crônica de acontecimentos, o novo
modelo pretendia em substituir as visões breves anteriores por análises de
processos de longa duração com a finalidade de permitir maior e melhor
compreensão das civilizações das “mentalidades”. O novo movimento
historiográfico foi muito impactante e renovador, colocando em questionamento a
historiografia tradicional e apresentando novos e ricos elementos para o
conhecimento das sociedades. Apresentava uma História bem mais vasta do que a
que era praticada até então, apresentando todos os aspectos possíveis da vida
humana ligada à análise das estruturas, existindo até hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário